Jornalista francesa ferida em Homs pede ajuda em vídeo postado na internet
Paris - Dois repórteres franceses, entre eles a jornalista ferida Edith Bouvier, pediram ajuda num vídeo, nesta quinta-feira (23), a partir da cidade destruída de Homs (centro da Síria). Eles querem que seja organizada o mais rápido possível uma retirada, defendida por Paris.
As notícias chegaram no dia seguinte à morte da americana Marie Colvin, repórter do Sunday Times, e do francês Rémi Ochlik, fotógrafo da agência IP3 Press, vítimas da destruição de uma casa, que havia sido transformada em centro de imprensa - um drama que o presidente francês Nicolas Sarkozy classificou "de assassinato".
No vídeo de 6 minutos e 30 segundos, postado no Youtube, Edith Bouvier, repórter do jornal francês Le Figaro, aparece calma e sorri várias vezes, acomodada no leito, protegida por um cobertor. A seu lado está o fotógrafo francês William Daniels, correspondente na Síria das revistas Figaro e Time, que não está ferido. Eles estão em Homs, cercada há 20 dias pelas forças do regime de Bashar al-Assad.
"Bom dia, sou Edith Bouvier, jornalista francesa (...) É quinta-feira, 23 de fevereiro, e são quase 15H00. Ficamos feridos num ataque, ontem, no qual Marie Colvin e Rémi Ochlik foram mortos", diz ela no início do vídeo.
"Meu fêmur está quebrado em duas partes. Preciso ser operada o mais rápido possível. Os médicos estão nos tratando muito bem, fazendo o que podem, mas não têm meios para realizar a cirurgia", explica.
"Precisamos de uma trégua imediatamente, de uma ambulância em bom estado, se possível, que me conduza até o Líbano para ser tratada logo", conclui.
William Daniels conta que os sírios "os levaram a um local um pouco mais distante do hospital porque este está sendo visado pelas bombas".
Diz também que está sendo "muito difícil e muito perigoso" comunicar-se com o exterior.
"Espero que as autoridades francesas possam nos ajudar rapidamente porque aqui tudo é difícil, não há eletricidade, não há nada para comer, as bombas continuam a cair", afirmou, ao mesmo tempo em que se ouve pelo menos duas explosões durante o vídeo.
O fotógrafo britânico Paul Conroy, também ferido na quarta-feira, não aparece.
"Pelo que sei, Paul Conroy partiu de Homs em direção a um país vizinho, para receber tratamento médico", declarou à AFP uma porta-voz do Foreign Office sem poder precisar se ele já tinha deixado ou não a cidade.
Paris e Londres tentam retirar os feridos e os corpos dos dois jornalistas mortos, que não se sabe onde estão.
Após ter pedido um "acesso seguro", o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, disse, durante uma viagem a Londres, ter "pedido a Damasco organizar a retirada" de Edith Bouvier.
Segundo o ministro sírio da Informação, Adnane Mahmoud, o governador de Homs está sendo contatado para tentar uma evacuação, mas, "por enquanto, não foi tomada uma medida concreta", comentou Juppé.
Militantes sírios disseram ter certeza que o centro de imprensa foi tomado como alvo "depois que as forças do regime captaram um sinal de transmissão" por satélite, enviado pelos repórteres.
FONTE
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2012/02/23/interna_mundo,290835/jornalista-francesa-ferida-em-homs-pede-ajuda-em-video-postado-na-internet.shtml
Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Entrar no universo do jornalismo significa ver essa batalha por dentro, desvendar o mito da objetividade, saber quais são as fontes, discutir a liberdade de imprensa no Brasil.

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