Conheçam o trabalho do artista plástico Alexandre Mury
Nasceu em São Fidélis, interior do estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 1976, onde reside. Artista por vocação, desde criança desenhou e pintou e aos 16 anos começou a fotografar. Em 1997, ingressa na Faculdade de Filosofia de Campos cursando Publicidade e Propaganda, que conclui em 2001. Lecionou em diversas faculdades entre 2003 e 2006, nos cursos de Comunicação Social e Design Gráfico.
Atuou profissionalmente como diretor de arte em agências de publicidade de 2001 até 2010. Desde então, dedica-se exclusivamente ao trabalho de fotografia, participando de importantes coleções, como as de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva.

Um mundo reinventado
As fotografias de Alexandre Mury, exibidas na Galeria Laura Marsiaj, devem causar reações díspares. Desde a admiração diante do virtuosismo na releitura de obras da história da arte ou de cenas caras a um imaginário coletivo, até uma possível reticência diante do flerte com o kitsch presente em parte do seu trabalho.
Se olharmos para a histórica recente da arte brasileira, aquela tecida desde a passagem dos anos 1950 para os 1960, veremos uma visualidade quase sempre marcada pela sobriedade. A contemporaneidade no Brasil traz o traço moderno de maneira forte e, ao mesmo tempo, raramente sofre a influência da vida solar tropical. Influência esta vista na produção artística de outros países latinos.
Desde o concretismo e o neoconcretismo, até o contemporâneo, mesmo em trabalhos que roçam com o barroco, mesmo nesses casos há uma simultaneidade entre excesso e formas limpas que dá ao todo um rosto no qual identificamos a face moderna e sóbria típica dessa produção “brasileira”. Esse rosto não inclui o flerte com o kitsch, a aposta no excesso barroco, a paródia que lida com o humor e a ironia induzindo quem vê a rever o sentido daquilo que já viu. Todos estes aspectos inclusos no trabalho de Mury.
Assim, ultrapassar esse vício do olhar próprio de quem cresceu com uma visualidade “local” seria um primeiro passo para entrar no universo operado por essa poética. Comecemos do início. No caso de Mury é importante contar um pouco de sua biografia para entendermos melhor a sua obra.
Umas das características que doam uma singularidade toda especial para este trabalho é o fato deste ser ao mesmo tempo virtuoso e precário. Não se trata de releituras feitas de maneira impecável, de maneira a transpirar um ar de mundo irreal típico da publicidade. Não é este o caso. A necessidade de realizar o trabalho com o que tinha à mão, com poucos recursos, potencializa sua face extremamente inventiva. Fazendo com que a obra “aconteça” de maneira forte, tendo o mínimo ao seu dispor.
Confira alguns trabalhos de Alexandre:
A Duquesa feia, 2011

Shiva, 2010

Francis Bacon, 2011

O anjo do lar, 2011
The Angel of the home or the Triumph of Surrealism (After Max Ernst)

Um Sátiro

Dr. Gachet

Netuno

Medusa

Cristo Redentor

Abaporu, 2010
Coleção Gilberto Chateaubriand ( MAM-RJ )
After Tarsila do Amaral

Nu Azul

Anastácia

Nick Bottom

O Pensador

Icarus/Jazz

2010 - São Jorge (St. George)

2010 - As três Fridas

Guernica

Dom Quixote

Nu descendo a escada

Lúcifer

O nascimento de Vênus

Van Gogh

Hamlet

Tutankhamon

Apollinaire

Estudo para Seurat

As três Graças

O Médico e o Monstro

Laocoonte e seus filhos

Salvador Dali

Cleópatra

São Sebastião

A reinvenção operada por essas fotografias convoca a memória e deflagra um olhar crítico, interpretativo. Se toda a obra de Mury é uma constante reinvenção do mundo, a cada visada para os seus trabalhos temos a chance de reinventar o nosso próprio olhar para um universo que parecia estanque, dado, catalogado, já visto e estabelecido.
Seja para rever aquilo que já conhecemos sob um novo ângulo, seja para passar a conhecer o que até então desconhecíamos, o mundo recriado por Alexandre Mury nos recorda que toda criação é algo que sempre solicita a tarefa da interpretação, ou seja, olhar a sua obra não deixa de ser a chance de cada um de nós também recriarmos o mundo em que vivemos, com o qual lidamos, à nossa maneira. Isso significa, ao fim e ao cabo, um índice de uma possível liberdade.
TEXTO DE : Luisa Duarte, novembro 2011.
mais informações sobre o artista:
http://www.alexandremury.com.br/
Nasceu em São Fidélis, interior do estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 1976, onde reside. Artista por vocação, desde criança desenhou e pintou e aos 16 anos começou a fotografar. Em 1997, ingressa na Faculdade de Filosofia de Campos cursando Publicidade e Propaganda, que conclui em 2001. Lecionou em diversas faculdades entre 2003 e 2006, nos cursos de Comunicação Social e Design Gráfico.
Atuou profissionalmente como diretor de arte em agências de publicidade de 2001 até 2010. Desde então, dedica-se exclusivamente ao trabalho de fotografia, participando de importantes coleções, como as de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva.
Um mundo reinventado
As fotografias de Alexandre Mury, exibidas na Galeria Laura Marsiaj, devem causar reações díspares. Desde a admiração diante do virtuosismo na releitura de obras da história da arte ou de cenas caras a um imaginário coletivo, até uma possível reticência diante do flerte com o kitsch presente em parte do seu trabalho.
Se olharmos para a histórica recente da arte brasileira, aquela tecida desde a passagem dos anos 1950 para os 1960, veremos uma visualidade quase sempre marcada pela sobriedade. A contemporaneidade no Brasil traz o traço moderno de maneira forte e, ao mesmo tempo, raramente sofre a influência da vida solar tropical. Influência esta vista na produção artística de outros países latinos.
Desde o concretismo e o neoconcretismo, até o contemporâneo, mesmo em trabalhos que roçam com o barroco, mesmo nesses casos há uma simultaneidade entre excesso e formas limpas que dá ao todo um rosto no qual identificamos a face moderna e sóbria típica dessa produção “brasileira”. Esse rosto não inclui o flerte com o kitsch, a aposta no excesso barroco, a paródia que lida com o humor e a ironia induzindo quem vê a rever o sentido daquilo que já viu. Todos estes aspectos inclusos no trabalho de Mury.
Assim, ultrapassar esse vício do olhar próprio de quem cresceu com uma visualidade “local” seria um primeiro passo para entrar no universo operado por essa poética. Comecemos do início. No caso de Mury é importante contar um pouco de sua biografia para entendermos melhor a sua obra.
Umas das características que doam uma singularidade toda especial para este trabalho é o fato deste ser ao mesmo tempo virtuoso e precário. Não se trata de releituras feitas de maneira impecável, de maneira a transpirar um ar de mundo irreal típico da publicidade. Não é este o caso. A necessidade de realizar o trabalho com o que tinha à mão, com poucos recursos, potencializa sua face extremamente inventiva. Fazendo com que a obra “aconteça” de maneira forte, tendo o mínimo ao seu dispor.
Confira alguns trabalhos de Alexandre:
A Duquesa feia, 2011

Shiva, 2010

Francis Bacon, 2011

O anjo do lar, 2011
The Angel of the home or the Triumph of Surrealism (After Max Ernst)

Um Sátiro

Dr. Gachet

Netuno

Medusa

Cristo Redentor

Abaporu, 2010
Coleção Gilberto Chateaubriand ( MAM-RJ )
After Tarsila do Amaral

Nu Azul

Anastácia

Nick Bottom

O Pensador

Icarus/Jazz

2010 - São Jorge (St. George)

2010 - As três Fridas

Guernica

Dom Quixote

Nu descendo a escada

Lúcifer

O nascimento de Vênus

Van Gogh

Hamlet

Tutankhamon

Apollinaire

Estudo para Seurat

As três Graças

O Médico e o Monstro

Laocoonte e seus filhos

Salvador Dali

Cleópatra

São Sebastião

A reinvenção operada por essas fotografias convoca a memória e deflagra um olhar crítico, interpretativo. Se toda a obra de Mury é uma constante reinvenção do mundo, a cada visada para os seus trabalhos temos a chance de reinventar o nosso próprio olhar para um universo que parecia estanque, dado, catalogado, já visto e estabelecido.
Seja para rever aquilo que já conhecemos sob um novo ângulo, seja para passar a conhecer o que até então desconhecíamos, o mundo recriado por Alexandre Mury nos recorda que toda criação é algo que sempre solicita a tarefa da interpretação, ou seja, olhar a sua obra não deixa de ser a chance de cada um de nós também recriarmos o mundo em que vivemos, com o qual lidamos, à nossa maneira. Isso significa, ao fim e ao cabo, um índice de uma possível liberdade.
TEXTO DE : Luisa Duarte, novembro 2011.
mais informações sobre o artista:
http://www.alexandremury.com.br/
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